terça-feira, 15 de abril de 2014

NEUROCIÊNCIA E ARTE

Pesquisa sobre Arte: por quê? prá quê? qual sua importância?         

            O estudo da Arte permite e exige circular por diferentes áreas como Filosofia, Psicologia, Sociologia e entre outras a Neurociência. Este ramo do conhecimento busca entender o funcionamento de todo o do sistema nervoso.
            A neurociência e a arte se imbricam na medida em que o sistema nervoso é alimentado por percepções e sensações captadas pelo corpo por inteiro: visão, audição, paladar, olfato, tato: os mesmos sentidos trabalhados nas diferentes expressões artísticas.
           Como o sistema nervoso capta informações? Como as processa? Como as retém? Como as relaciona? Como a arte influencia esses processos?
           O homem é um ser sensível. Sensível ao meio ambiente, aos sons, imagens, cores, luz, cheiros, sabores, texturas, temperaturas, são muitos os estímulos captados e processados pelo sistema nervoso. Cada informação percebida alimenta o sistema nervoso e gera algum tipo de reação (CURY, 2007: 74). Ainda de acordo com CURY (2007: 59), a unidade básica do sistema nervoso é o neurônio. Os neurônios trabalham em grandes conjuntos formando circuitos ou redes neurais. Os neurônios são extremamente estimuláveis, reagindo às mínimas alterações ao seu redor através dos impulsos nervosos. Esses impulsos que podem surgir como um reflexo da informação recebida fluem em grande quantidade e em muitas direções ao mesmo tempo. Cada neurônio transmite o impulso a tantos outros através da sinapse, que é a ligação que se estabelece entre os neurônios. Por esse processo, quanto maior a quantidade e a variedade de estímulos, maior a quantidade de sinapses realizadas. As sinapses são responsáveis pelo conhecimento. Um acontecimento banal, corriqueiro, gera sinapses que depois de pouco tempo se desfazem: formam a memória de curta duração. Um acontecimento ou fato que se repete ou é acompanhado com atenção ou emoção, gera ligações de maior duração. Surgirão então os engramas que são o total de alterações duráveis no sistema nervoso que codificaram uma experiência. As memórias de longa duração promovem alterações nas células do cérebro, mudam as suas estruturas, a sua plasticidade.

CURY, Vera Cristina Sgambato. Relações entre a Neurociência e o Ensino e Aprendizagem das Artes Plásticas. Dissertação de Mestrado – Escola de Comunicações e Artes/USP, São Paulo: 2007.
SOUZA, Helder A. Ensinar arte, despertar e ampliar potencialidades. Monografia de Especialização no Ensino das Linguagens da Arte - Centro Universitário Maria Antonia/USP, São Paulo: 2010.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Uma experiência estética

Retornei há poucos dias de um passeio de férias por Cabo Frio e região no Rio de Janeiro. Apesar de conhecer a paisagem já há alguns anos fui surpreendido por uma experiência estética num processo que aconteceu a partir de vários gatilhos.
Na praia de Armação dos Búzios existe uma placa informando das semelhanças entre aquela região e o Himalaia, destacando que foram originadas da mesma forma e provavelmente na mesma época http://www.caminhosgeologicos.rj.gov.br/novo/PDF_A3/Buzios_Portico-himalaia.pdf.
Sabe-se que os continentes eram unidos e formavam uma grande extensão de terra, que posteriormente foi separada, parcialmente reagrupados e então separados na forma que temos hoje - a internet possui muitos artigos científicos interessantes e disponíveis, ver Rodínia, Pangéia, Gondwana  http://www.reservataua.com.br/origens_geologicas_de_buzios.htm.
Assim, os relevos atuais são testemunhos dessas movimentações: placas tectônicas ora afastando-se, ora comprimindo-se. Outra observação interessante é a variedade de rochas de muitas toneladas encontradas nas praias: diferentes formatos, diferentes materiais e disposições que dão a ideia de uma grande bagunça, parece que tais acontecimentos foram há pouco tempo. Essas rochas são o testemunho do que aconteceu.
No dia seguinte tive algumas agradáveis surpresas: primeiro um simpático pinguim fez a alegria na praia. Ao final do dia fui novamente passear pela Casa Ateliê de Carlos Scliar (http://carlosscliar.com/home/) e lá tive a emoção de conhecer a área reservada da casa, onde trabalhou e viveu. Mesmo sendo uma visita rápida aquilo me emocionou. Conhecer seus objetos, instrumentos, tintas e ter um contato mais próximo com o mundo de alguém tão grande pelo talento e dedicação à arte, assim como à sociedade é por si tocante.
Segui pelo canal que atravessa a cidade e num certo ponto vi algumas pessoas apressadas subindo o morro do mirante. Foi então que percebi que com o dia acabando e o céu aberto tinha uma daquelas tardes perfeitas para apreciar o pôr do sol. Nunca tive uma postura romântica de ficar suspirando o cair da tarde, sempre achei belo mas dessa vez foi diferente: aquilo me tocou...talvez por ter mudado o ponto de vista, mais alto, que torna mais dramático o espetáculo com a cidade viva indiferente abaixo e o sol sumindo no oceano, longe, lentamente; é diferente de quando se está na areia da praia e temos apenas a água entre nós, ali sugere uma distância maior, como o artista que já não se encontra conosco ou as pedras que testemunham acontecimentos perdidos no tempo.
Na manhã seguinte me despedi da cidade e fiz o retorno a São Paulo durante o dia, rodoviário e mesmo já tendo feito o trecho diversas vezes pude apreciar com tempo limpo, calma e descompromisso, a deslumbrante paisagem da serra do mar de árvores frondosas crescidas com espaço livre e o mar de montanhas, acompanhada ao longe pela serra da mantiqueira azulada e solene. Novamente penso nas forças para geração de todo esse relevo: agrupamento de montanhas, serras, grandes blocos de pedra largados num terreno. Algumas montanhas transformadas em pedreiras mostram a capa de terra com as variações de vermelhos, rosas, alaranjados, e o núcleo cinza rígido.
A apreciação transcorreu por todo o trecho de serra, horas, e veio transbordada por aquela emoção pura do dia anterior: de Scliar e sua grandiosidade; do pôr do sol e sua agonia imponente e silenciosa, das pedras de Búzios e seus segredos, da serra do mar, mar de montanhas, mar de beleza.


quinta-feira, 25 de abril de 2013

"MÊS DO ÍNDIO" ... TEMPO DE REFLEXÕES


Bela capa da programação cultural de São Bernardo deste mês. Não tenho certeza dos créditos, informarei se descobrir.



Neste mês de abril que já finaliza, talvez a notícia mais importante deste ano, e de tantos outros passados, seja a divulgação do Relatório Figueiredo, ainda que no momento quase não se fale a respeito. Tal documento promete ser uma luz sobre o nosso obscuro e feio passado nas questões indígenas. Trechos do relatório fazem perder a esperança no homem, (ainda há esperança?)... aos poucos a imprensa vem divulgando:

MATÉRIA NO JORNAL DO BRASIL

MATÉRIA NO CORREIO BRASILIENSE

A programação cultural de São Bernardo promoveu novamente o encontro com autoridades em algumas questões indígenas:
No dia 15/04 o professor Ms. Rafael Pansica apresentou um pouco do pensamento mítico dos yaminawa acerca da caça e dos animais. "À nossa imagem e semelhança", título da palestra, já adianta algo daquele pensamento destacando que as bases do relacionamento homem x animal acontecem de maneira muito mais igualitária que a dos não-índios. Tratar bem um animal de estimação não é tê-lo como um igual.

E no dia 16/04 o professor Dr. Rafael José de Menezes nos convidou a conhecer a Amazônia, pelo menos uma meia dúzia de vezes destacou como fundamental conhecer, vivenciar a Amazônia... realmente não se compara um estudo, leitura, um som ou vídeo, da experimentação com todos os sentidos de um outro universo para o homem urbano. Mas além disso, explicou como a música expressa um valor ritualístico, histórico, além de realizar uma integração espírito-corpo, carregado de significações. De modo geral, nas sociedades indígenas das terras baixas da América do Sul a música é parte do ritual, sagrada e realiza uma conexão do espiritual com o material integrando-os. Tradução do verbo em corpo.

terça-feira, 16 de abril de 2013

trabalhos do dia

3a feira sem graca?
20hs  palestra: A viagem do verbo ao corpo, passando pela musica: antropologia da cadeia intersemiotica do ritual nas sociedades indigenas das terras baixas da america do sul
Pra expandir conhecimentos!