quinta-feira, 8 de setembro de 2011

setembro



Hoje acordei setembro

e senti na manhã o frescor de um dia comum
ouvi as promessas de flores da estação
e pensei em minhas colheitas não plantadas
e em minhas plantações não colhidas

hoje acordei setembro
e ouvi os pássaros, cantos dissidentes
um cão latindo insistente
lembrei das sementes recém-lançadas
que já ameaçam despertar a qualquer momento
árvores frondosas, flores magníficas, ervas mágicas
e daquelas não lançadas, pois aguardam seu tempo

hoje acordei setembro
para o sol pálido, indeciso
disse bom dia
não para o espelho ou o dia:
para as sementes

hoje acordei setembro
e não lavei o carro
não pintei um quadro
nem cortei as unhas

hoje acordei setembro
e nasci poeta.